quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O lugar se chamava campo de Dura

O lugar se chamava campo de Dura. Havia três jovens e uma coisa em comum: a firme decisão de permanecer em pé. Poderia ser um fato corriqueiro da vida, comum. Mas não era. O contexto desta história registrada a muito tempo atrás revela que havia também uma música alta tocada por vários instrumentistas: “trombeta, pífaro, harpa, cítara, saltério, gaita de foles e toda sorte de música”. Ao redor destes jovens, uma multidão de todos os “povos, nações e homens de todas as línguas” e todos, a exceção destes, estavam curvados em reverência a uma enorme estátua de ouro. Havia ainda um decreto, expedido pelo homem mais poderoso do planeta, governador da nação mais poderosa da época cuja desobediência acarretaria a terrível morte por incineração numa fornalha que já estava acesa. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, estavam longe de casa, longe de suas raízes, de seus pais, de sua igreja, daquilo que lhe era familiar, numa terra distante e de costumes, cultura e religião diferentes. A esmagadora pressão era para que eles negassem a sua identidade, sua fé, e se curvassem aos deuses pagãos. Embora e não raro a influencia da maioria, ao longo da história, tenha se mostrado corruptora, sempre existiram homens e mulheres que se mantiveram firmes pelo que é direito e a favor dos mandamentos de Deus. “Ficaremos de pé, custe o que custar” foi a decisão que nem mesmo o calor da iminente fornalha pôde mover do seu lugar, um centímetro sequer. Ao saber da notícia, Nabucodonosor convocou imediatamente à sua presença estes ousados jovens: “É verdade que vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei” e a resposta foi tão firme quanto o caráter destes valentes: “Ó Nabucodonosor... fica sabendo que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.” Hoje, muito tempo depois, certamente já não existe mais um campo de Dura, um decreto e uma estátua, mas a mesma pressão para abandonar os princípios retos, para a desobediência a lei áurea e eterna de Deus, ainda é presente. Deus precisa de homens e mulheres, de jovens que decidam não se curvar aos “deuses deste mundo”. “Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” Podemos chamar de “deuses” tudo aquilo que exija atenção e reverência acima do que é por direito a Deus e seu imenso amor. A moda, o dinheiro, a vaidade, a extravagância, diversões e dissoluções, a tudo isto, muitos, multidões, povos de todas as línguas e nações tem se curvado, mas Deus chama homens e mulheres para permanecer firme e de pé, quando muitos ao redor estão prostrados, para testemunharem do que é direito de forma desinteressada por aquele que realmente merece a nossa admiração, adoração e amor: Jesus Cristo, que derramou seu precioso sangue na cruz. Amém!!!

Escrito por:

DANIEL FONSECA.
Ancião da Igreja central
de Sobradinho-DF